15 abril, 2011

Não pode dar "bode",entrevista com Fernando Cabral


Leitores do meu Brasil varonil,permita-me focar desta vez em minha adorável cidade,ficando um pouco mais afunilado o assunto(ou talvez não).
Dias atrás,fui questionada se não falaria aqui sobre o cenário político de Bom Despacho,fiquei um pouco sem reação (até envergonhada,sério),já que gosto de me expressar principalmente sobre política.Disse que se tratava de um assunto muito particular,e que não renderia matéria para o Blog,já que trato de assuntos para a população em geral,cheguei a dizer até que o pessoal daqui "não reagiria"nem sequer leria a matéria,(concordo,me precipitei)mas creiam concordaram comigo...
Como detesto ser questionada,resolvi sair procurando por matéria,resolvi sair por aí e perguntar às pessoas o que achavam da situação:se elas se importavam ,se não gostavam de política,se sabiam como andava nossa cidade e por aí vai.
De cara 90% das pessoas não gostavam de política,mas estavam preocupadas com o rumo das coisas,não sabiam como poderiam terminar tantas acusações contra o EGRÉGIO prefeito.Então resolvi ir à fonte,mais precisamente falando Câmara Municipal de Bom Despacho,onde encontrei pessoas extremamente ocupadas,outras não tão ocupadas,outras não ocupadas e outras discutindo maquilagem.
Apesar de toda a falta de tempo que na qual ando sendo vítima,pude conversar com o vereador Fernando Cabral,que foi de uma educação excepcional (já que somos MALTRATADOS todos os dias pelos servidores públicos de nossa cidade,já que não ligam ao fato de se chamarem SERVIDORES = servir),combinamos então uma entrevista,que a princípio servirá para um trabalho acadêmico e posteriormente uma vontade pessoal,que como disse anteriormente;o meu gosto por política.
A entrevista abaixo tem como principal objetivo,mostrar o funcionamento da Câmara e também todo o cenário político atual e que se for bem quista provavelmente será a primeira de muitas outras...
então tirem um bom proveito dela,clique em "clique para continuar" e veja a entrevista ;-)




1.Poderia fazer uma menção sobre o funcionamento da Câmara Municipal, sobre horários, principalmente por parte dos vereadores, quais os deveres dos mesmos para com a população?
            A Câmara, como órgão público, funciona de segunda a sexta, das 12 às 18 horas.
            Já os vereadores, eles participam regularmente de duas reuniões. Nas quartas-feiras, de 16 às 18, nas comissões técnicas. Nas segundas-feiras, a partir das 19 horas, nas reuniões ordinárias.
            Além dessas, os vereadores participam de outras atividades conforme o gosto político de cada e conforme a demanda.
2. Acha que o trabalho de nossos vereadores anda sendo bem-feito?
            Os vereadores deixam muito a desejar em suas funções. Por exemplo, o trabalho fiscalizador é praticamente inexistente. A própria função legislativa é reduzidíssima. Isso ocorre principalmente porque a Casa tem dado preferência às iniciativas do Poder Executivo. Em consequência, na Bom Despacho de hoje, o prefeito legisla muito mais do que o legislativo.
            A combinação dessa preponderância do Executivo e a ausência de fiscalização distorce as funções da Casa Legislativa e traz muitos prejuízos para a cidade.
            Isso significa, em síntese, que o trabalho dos vereadores não está bom.
3.Como anda o cenário político de nossa cidade, em sua opinião?
            A política bom-despachense preserva, em grande medida, as características básicas do coronelismo e de uma administração patrimonialista. Os políticos não distinguem sua vida privada de sua vida pública. Para eles, o patrimônio público é mera extensão do seu patrimônio privado. Para eles o poder não vem acompanhado do dever de servir ao povo. Por isso, os serviços públicos são usados para agraciar os apadrinhados e castigar os adversários.
            Assim como os órgãos públicos são capturados e manipulados, também o são os partidos. Eles não têm ideologia nem proposta programática. São apenas veículos para eternização dos oligarcas no poder.
            Essa captura dos partidos e dos órgãos públicos se reflete num governo demagógico e num povo omisso, ausente, desiludido. Desilusão que podemos perceber claramente em expressões como “os políticos são todos iguais”, o que significa: “nenhum político presta”.
            Claro, essa desilusão é mais uma arma dos coronéis para manter o “status quo”.
4. Com relação às secretarias, existe alguma que você sente orgulho pelo trabalho feito?
            Você se refere às secretarias municipais? Não, nenhuma tem feito um trabalho competente, sério e de acordo com as necessidades da população. Há vários motivos para isso. Um deles é que os secretários – em sua enorme maioria – não são escolhidos por sua competência ou capacidade de trabalho, mas sim por sua capacidade de dizer “sim senhor” a qualquer ordem do chefe do executivo.
Sente vergonha de alguma?
            Algumas secretarias conseguem ser piores do que as outras. Nesse sentido negativo podemos destacar três que nos envergonham pela incompetência: a Secretaria de Administração, a Secretaria de Planejamento e a Secretaria de Serviços Urbanos. Elas não apenas apresentam um péssimo trabalho – têm um péssimo desempenho – mas são também um desastre moral.
5. Por ter esse perfil sério, com bases na ética, opiniões obviamente são formadas e com isso s críticas (positivas e negativas). Como você lida com elas, principalmente com as negativas?
            As críticas fazem parte da vida de qualquer pessoa pública. Não importa se se trata de um político, de um artista ou de um jornalista: quando a pessoa assume um papel público, ela atrai a crítica.
            Isso é bom. A crítica negativa nos afasta dos erros; a crítica positiva nos incentiva a continuar.
            Quanto ouço uma crítica negativa, primeiro avalio se ela é correta ou não. Se for correta, procuro me corrigir. Se não for correta, procuro ver o que fiz de errado para que as pessoas me entendessem de forma errada.
            Por exemplo, defendo que o ensino público seja inteiramente gratuito. Para mim, as crianças que estudam em escolas públicas devem receber cadernos, lápis, borracha, alimentação, uniforme, brinquedos, tudo. Por isso também defendo que as escolas não podem pedir dinheiro ou material aos pais.
            Algumas pessoas entendem que com isso estou vedando a participação dos pais na vida escolar dos filhos. É um entendimento errado dessas pessoas. Penso que os pais não só podem como devem participar da vida escolar. Devem fazer trabalho voluntário, participar das festas, das reuniões. Devem inclusive contribuir, por exemplo, com a pintura da escola, reforma do campo de futebol, etc. A exigência de que as crianças recebam tudo não implica proibição de que os pais, voluntariamente, contribuam para melhor a escola. São coisas diferentes e complementares.
            Quando recebo críticas assim, percebo que devo melhorar a forma como me comunico.
6. Não vamos afirmar nada, mas existe a pretensão de se candidatar nas próximas eleições?
            Minha eventual candidatura nas próximas eleições depende da acolhida do meu atual trabalho. Se uma parcela significativa da população acreditar nas minhas propostas de uma administração séria, honesta e transparente, voltada para o futuro, então poderei sim, vir a ser candidato.
            Acredito que se colocarmos um paradeiro na corrupção teremos dinheiro suficiente para elevar nossa educação a níveis de primeiro mundo. Também teremos dinheiro para construir uma cidade mais gentil e acolhedora para todos. Um trânsito organizado, mais segurança, mais iluminação pública, mais áreas de lazer, desenvolvimento do turismo e elevação de nossa vida cultural.
7. Gostaria de deixar uma mensagem para a população?
            Em Bom Despacho temos pessoas que vivem com educação e renda de primeiro mundo. Mas temos também pessoas que vivem sem educação e com renda equivalente ao dos mais pobres países da África.
            Às primeiras dessas pessoas – àquelas que tiveram oportunidade de ir à escola e que têm bons empregos – peço que sejam solidárias com a outra parte. Que ajudem na criação de mecanismos sociais que permitam aos pobres quebrarem o círculo vicioso em que se encontram.
            Àquelas pessoas que vivem em maior dificuldade, que não percam a esperança; que não se entreguem.
            A demagogia encanta com suas soluções mágicas e fáceis. Por isso engana a muitos. Entretanto, as verdadeiras soluções resultam do trabalho continuado de todos. Elas decorrem de uma construção em etapas, não de mágica ou de promessas mirabolantes.

Fernando Cabral

7 comentários:

Vanessa Santos disse...

PQP! O cara falou MESMO! Logico, enfeitou bastante pro lado dele, mas falou. Se tá ruim,tem que falar mesmo!

E seu trabalho tá cada vez melhor...
Parabéns guria, Bom Despacho está começando e reconhecer o talento da futura jornalista Wanessa Medeiros! Que orgulho dessa minha IRMÃ!

Wanessa Medeiros disse...

Ele fala mesmo viu,e é respeitado por isso sabia?
rsrs,pra uma Engenheira Ambiental eu sou uma boa jornalista né?kkkk
Beijos Nêssa

Vanessa Santos disse...

Não adianta fugir do seu destino, você nasceu pra isso, alias, talento você tem pra fazer o que você quiser, engenharia ambiental, jornalismo...

Você é Phoda com PH, maiúsculos, ainda...

Revistacidadesol disse...

Oi, Vanessa.

Sugiro ao Fernando que divulgue mais o PPS na cidade e faça uma campanha de filiação para fortalecer o partido (que já está ocorrendo uma pelo rádio).

Abs!

Elzenir Apolinário disse...

Wanessa, que orgulho de você. Adorei a matéria e a entrevista. Vamos divulgá-las pela cidade, a população precisa ser mais participativa. Abração.

Wanessa Medeiros disse...

Orgulho eu sinto em ver a participação de vocês!
Elza,divulgar é comigo mesma,faço o que posso e o que não devo pra divulgar,mas no final dá tudo certo (pelo menos eu acho) rs,abraços.

Clenio Araujo disse...

A parte "A demagogia encanta com suas soluções mágicas e fáceis. Por isso engana a muitos." é significativa.

Tomemos cuidado com demagogos e interesseiros de plantão, que existem em todas as opções político-partidárias.

Parabéns pela entrevista

:)) ;)) ;;) :D ;) :p :(( :) :( :X =(( :-o :-/ :-* :| 8-} :)] ~x( :-t b-( :-L x( =))

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